sexta-feira, 23 de novembro de 2007

RUBOR PERDIDO


Onde estão as cores que te tingiam o rosto? O calor que o fazia roborizar? Por certo, se esgotou e arrefeceu. Foi levado e consumido pelos primeiros frios. Devorado pela aragem gélida que o recortou. Perdestes as cores da tua face para as entregares ás folhas que findam o seu ciclo. Ficam suspensas a aguardar a sua hora. O momento da sua precipitação. Planam temporariamente no vazio até permanecerem de forma perene no chão que as vai consumir. Dourados, laranjas e vermelhos, fugazes sensações visuais de um mundo quente, que nunca possuiu calor. Falsa aparência de luz, que deixou de precisar de viver na luz. Velam pelo dia que a humidade e os vermes as vão devorar. Manta morta e amorfa será tudo o que vai restar. Procura as tuas cores. Esfrega o teu rosto. Dá vida ao que não pode perecer assim.
Por Eumesma

1 comentário:

gomejose disse...

As cores não fugiram, apenas se resguardaram no mais recondito sitio do seu ser, não fugiram para sempre, apenas aguardam por um dia de primavera cheio de luz e de sol para rapidamente se manifestarem atraves de novos rebentos e quem sabe, se de uma pessoa falassemos, novos relacionamentos...