quinta-feira, 16 de abril de 2009

CATA -VENTO



Muda de Vida


Humanos


Composição: António Variações

Muda de vida se tu não viveres satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se à vida em ti a latejar

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim

Muda de vida se tu não viveres satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se à vida em ti a latejar

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver

Muda de vida se tu não viveres satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se à vida em ti a latejar

Muda de vida se tu não viveres satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se à vida em ti a latejar

quarta-feira, 15 de abril de 2009

AMIGOS

O meu coração está dividido em mil pedacinhos mais valiosos que todo o ouro e pedras preciosas da Terra, mais úteis que o ar que respiro, mais fundamentais que o alimento que me sustenta. Os pedacinhos do meu coração são os meus amigos. Basta uma palavra verdadeira saída do fundo desse pedacinho e deixo de estar só e triste porque um puzzle se constrói dentro do meu peito. Cada um com a sua forma enriquecem a caixa que os guarda no seu interior. Sou quem sou porque quem se vai cruzando na minha vida me modela, fortifica e inspira. quando muitos não se conseguem expressar por palavras, usam os seus braços para me apoiar e mimar. Sou obrigada a ser feliz, porque nem uma lágrima me deixam derramar. Talvez muitos não saibam, (porque os tento não preocupar comigo - fazer-me de dura), mas o maior dos meus medos é a solidão. Medo esse sobre a forma de uma noite fria e escura. Ao fim de algum tempo de afastamento e a tiritar de receios, acabo por ver pequenas luzes que se encaminham para mim. Os meus amigos estão a chegar, sem medo de se perderem nessa noite em meu redor. Obrigada por estarem vigilantes. obrigada por considerarem a minha condição de estar bem, fundamental para também vocês se sentirem bem. Sabem que os elogios não saem fácil da minha boca. Não quero que estas palavras sejam tomadas como agradecimento. Elas são muito pouco do que eu devo a cada um de vós. Um abraço, um beijo, um lugar importante no meu coração.

Amigos, tenho vocês presentes em mim todos os dias da minha vida.

AO MEU PAI

A vida é para perdermos nela muitas coisas porque muitas delas não tem ressurreição possível. Pai onde quer que estejas olha por mim e proteje-me. Estavas longe, numa vida dura que te destruia o corpo, numa vida solitária que te destruía o espírito. Quantas provações e deambulares. Para a sociedade ficaram metros cúbicos de cimento e uma mala de papeis. Para mim, carne da tua carne partiste com metade de mim, enquanto, a outra metade ficou num equilíbrio periclitante. Antes estavas duas vezes no ano comigo, agora mesmo não mais te vendo, estás todos os dias nos meus pensamentos e nas minhas orações. Olha por mim e guarda-me. Faz com que a tua filha siga forte, respeitada e elogiada como tanto te orgulhavas e repetias esses pequenos elogios. Pai sinto a tua falta, mas consola-me a imagem do beijo que te pedi quando te vi pela última vez. Se eu soubesse tinha te dito muito mais. Adoro-te Pai, fica conosco. Mas mais uma vez partiste, triste, só e para longe de nós. Como me revolta um justo como tu até na morte ser condenado a não teres quem era mais precioso para ti em teu redor. Quando penso em como morreste, sentado anónimo na beira de um passeio (não sei se sentiste dor ou não), é o culminar de todos os medos. Porque partiste assim? Mais alguns dias e tinhas regressado para nós. Pai queria parar as minhas lágrimas e guardarte respeitosamente e com todo o carinho nos meus pensamentos. Porém só tudo passará quando estiver junto de Ti. Até lá vou cuidar e proteger a mãe e o irmão como pareceu que me recomendavas naquele dia da despedida. E todos os outros que Deus me for confiando ao longo da Vida.

Saudades da tua filha.

terça-feira, 14 de abril de 2009

quarta-feira, 8 de abril de 2009

PROPAGAÇÃO VEGETATIVA SENTIMENTAL


Quem mesmo não conhece a minha biografia, percebe após uma pequena observação, sobre estas minhas páginas, que estou de algum modo ligada à terra. É bem verdade que muitas das vezes reconheço nas plantas, mais caracteristicas humanas do que nos animais. Uma das coisas que aprendi, foi que as plantas não ficaram miseravelmente dependentes de uma única forma de se propagarem. Fracções de espécies vegetais reproduzem-se sexualmente, tal e qual, como os humanos (salvo seja). Um parceiro e uma parceira, gâmetas e mais um arsenal de órgãos, e não faltam mesmo os terceiros bonzinhos das relações, aqueles amigos que dão o empurrãozinho polinizador. Mas esta fusão de seres é demasiado bela para o que eu quero de facto falar. Quero colocar de lado o estratagema da flor e a compensação do fruto. Quero falar de outros tipos de propagação vegetativa.

Quero falar das plantas que se multiplicam por enxertia. Esta união é feita recorrendo a duas peças. O porta-enxertos e obviamente o seu respectivo enxerto. O porta-enxertos é o elemento base, aquele que vai suportar as durezas da relação. Vai procurar no solo alimento, mesmo que ele escaceie e dá-o ao seu enxerto. Vai ser ele que vai aguentar a sede e a doença. A sua faceta tosca mas robusta vai se unir à delicadeza do belo, do desejado enxerto. Este vai crescer vigoroso e perfumado e dar muitos frutos. Vai captar luz e produzir oxigénio, resplandecer para poder ser o orgulho do seu portador.

Quero falar também das plantas que se multiplicam por estaca. Mesmo quando parece que estão condenadas a morrer. Definhando e secando quando apartadas da planta-mãe a estaca enterra-se no solo e tenta se manter viva. Aguarda e o tempo foi seu amigo. Proveu a terra de humidade e a terra começou a alimentar a órfã. De seu caule nu começa a abrolhar a esperança. Pequenas raízes vão ganhando confiança e aquela porção que vivia amarrada a algo maior e que não precisava de viver por si, nem se compreender, ganha agora vida, ganha agora individualidade. Passa a ser o princípio de futuros pedaços que se vão também desprender para colonizar novas visões e lugares no mundo.

Quero falar na multiplicação por mergolhia. Aqui existe um ser que já é consciente de si, mas insatisfeito da sua dimensão estica os seus braços, alonga-se para procurar mais respostas. Os seus braços ficam pesados e cansados, deixando-se cair sobre a terra. Esta acolhe-os no seu seio. Envolve-os e faz brotar neles novas respostas, novos seres que vão acumulando saber até ao dia em que vão descobrir que o lugar onde estão plantados não é o suficiente e terão de dar mais um passo, originar mais uma descendência. Hoje vejo-vos (Humanos) como videiras, limoeiros, salgueiros, morangueiros.