sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

TEMPO PENDULAR


Tique-Taque, o tempo
Não pára!
Tique-Taque, o tempo
Avança!
A ansiedade corroi...
A espera desmorona...
A partida não chega,
A chegada fica loge.
Estou e não estou,
Vou e não quero ir.
Chama por mim e
Recebe-me.
Acabei de partir!
Por Eumesma

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

DITO POPULAR


Estava eu hoje na rua a aguardar a hora de voltar ao trabalho enquanto caia uma chuva miudinha. Durante o tempo que esperava, resguardava-me da chuva com o meu pequeno e frágil guarda-chuva. Outras pessoas em meu redor, que nem essa consolação tinham, proferiam lamentos devido ao estado encharcado em que estavam a ficar. Até que, alguém de entre a pequena multidão proferiu a seguinte frase:


"A CHUVA É O SOL DE PERNAS LONGAS"


Ouvir aquela frase pode não ter ajudado a confortar quem estava a levar com a chuva em cima, mas a mim, fez-me sorrir com a imagem. Talvez tenha contribuido para suportar melhor a chuva que hoje caia.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

UM CAFÉ


Estava eu rotineiramente no café a calar a fome do corpo e a acalmar a do espírito lendo um dos jornais do nosso país, não interessando qual. Porque novidades não se devem procurar nos jornais. Nesta imprensa a novidade acaba por ser cíclica e mais tarde ou mais cedo as noticias parecem repetir-se e o mundo gira enfastiado. Continuava eu lendo títulos e subtítulos, folheando já as últimas páginas e bebendo os últimos golos do meu sumo natural, quando no café vazio e arrefecido pelo ar condicionado, em que apenas as moscas e os empregados davam voltas. As primeiras para povoarem a sujidade e os segundos para a desalojarem. Entra um senhor muito informal mas com um pisar seguro. Dirigiu-se ao balcão e obviamente pediu um café curto. Devido ao seu aspecto banal, abandonei a minha observação, continuando a ler as previsões astrológicas, não tanto por crença mas por curiosidade kármica. Voltei a levantar o rosto para a rua e talvez por estar um calor tão infernal que nem a belzebu lembra, esta se mantinha quase deserta. No entanto, a tarde ia-se desvanecendo, tal como o meu estado de espírito. Uma forte melancolia tinha-se abatido sobre mim há vários dias e o meu isolamento ambiental a que me via submetida aumentava o meu sentimento de enfado e solidão. Portanto, nesse dia dei a melhor recompensa que se pode dar à dor da solidão. Pactuar com ela e baixar o meu olhar. Deixar cair o meu cabelo sobre as faces e terminar a minha leitura oca. Lentamente as sombras mortas do café moveram-se ganhando vida. Uma grande sombra aproximou-se da parte de trás da minha nuca.

GÉIA


Sou tão telurica que vejo os corpos como pedaços de terra...


Por Eumesma

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

"Uma Teoria de Felicidade"

Henrique Rojas, filósofo contemporâneo espanhol, autor do livro “Uma Teoria de Felicidade” (editado pela Tenacitas), assegura que a chave para atingir a felicidade, não no sentido de a “agarrar”, mas de a conquistar a par e passo implica duas condições fundamentais:1º desenvolver uma personalidade equilibrada e uma atitude mental positiva, no sentido de promover um verdadeiro encontro conosco próprios. Em 2º, ter um projecto de vida coerente, que nos projecte positivamente no futuro e funcione como um estímulo e uma esperança renovada no dia de amanhã…
…Sem saber quem somos verdadeiramente, não podemos escolher um caminho à medida da nossa personalidade, dos nossos sonhos e desejos. Esse conhecimento implica sermos capazes de nos olharmos com lucidez e coragem, avaliando as nossas qualidades e competências, mas também o nosso lado mais escuro, bloqueado, congelado, porventura não assumido, como os medos que nos fazem criticar, discriminar ou vingar. Conhecermo-nos, apesar dos limites inevitáveis, pois a natureza humana é imensamente complexa e profunda, ajuda-nos a gerir a dor e o sofrimento. Uma personalidade saudável conhece a imprevisibilidade do seu carácter e temperamento e tem um conhecimento cabal sobre si próprio, o que implica uma certa capacidade de poder prever as situações e evitar ou estabelecer uma estratégia adequada ao momento, segundo os recursos que possui. Por outro lado, também é importante desenvolver a capacidade de conhecer bem os outros. Para isso, é necessário aproximar-nos deles, mantendo uma espécie de distância crítica que nos permita afinar a intuição e a sabedoria sem julgamentos prévios nem expectativas negativas.
…Fundamental para o nosso equilíbrio pessoal, a flexibilidade é própria de uma inteligência prática que permite adaptarmo-nos a novas situações. E a verdade é que a vida nos trás muitas surpresas e reveses. Neste caso, o apego excessivo ao poder e aos bens materiais torna-nos perigosamente vulneráveis às crises inesperadas. Mas quando centramos a nossa felicidade em projectos e em convicções, resistimos melhor aos embates. Aprender com as experiências da vida, ter a capacidade de perceber e corrigir atitudes, de forma a não repetir erros do passado, é decisivo na evolução da nossa vida e uma prova de maturidade. Exige atenção e sabedoria para estar consciente dos sinais que nos são dados do exterior. Se a procura da felicidade é individual, na medida em que devemos ser totalmente responsáveis por nós e pela adequação que vamos desenvolvendo em relação às diferentes circunstâncias e obstáculos com que nos deparamos, também é certo que os outros têm um papel fundamental nesta aprendizagem. Da própria concepção de felicidade fazem parte as relações com os outros. Sozinhos não podemos ser felizes. Eles sejam filhos, irmãos, amigos ou companheiros de trabalho, são o nosso espelho, devolvem-nos a nossa imagem e ensinam-nos limites. As suas reacções levam-nos a repensar as nossas atitudes e a perceber o impacto que causam. Por outro lado, activam os nossos sentimentos, incentivam a partilha, a dádiva, o prazer da troca de afectos. Com os outros aprendemos a aceitar o que é bom e o que é mau. Seja nosso ou deles……Aconselho a desenvolver a sabedoria do coração.

O CORVO E A MAÇÃ


Por Eumesma

COMENTÁRIO de TAO TE KING

"...quando quisermos enfraquecer alguém devemos primeiro fortifica-lo. se pretendemos derrotá-lo, devemos primeiro elevá-lo. Se tencionarmos despojá-lo devemos primeiro dar-lhe presentes. Este é o chamado súbtil descernimento. Assim, os submissos e os fracos conquistarão os duros e fortes."

Dedicado ao meu mais fiel comentador :) "gomejose"

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

NULIDADE

NULIDADE
Perto do nada.
Ao lado do Zero.
Basicamente...á distância de tudo o que é suporte.

Por Eumesma