quinta-feira, 26 de junho de 2008

DEDALEIRA E FIDALGUINHOS COLORIDOS


Aqui está o resultado da imagem após o ter colorido.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

ESBOÇO BORBOLETAS



Indecisa entre concluir a lápis simplesmente ou colorir...

PARA A MINHA MELHOR AMIGA

















Sandra, amiga, se vires este desenho antes de te o oferecer, desculpa estragar a surpresa. Quando naquele dia me disses-te que gostavas de todos os meus desenhos, foi muito importante para mim, porque eu sei que ás vezes tenho umas temáticas estranhas para os teus gostos. No entanto, tentei fazer um desenho que julgo que te vai agradar, quanto mais não seja pelos simbolos contidos nele.
Digamos que é uma pequena lembrança para festejar este teu momento de felicidade. E que isso se repita para o resto da tua vida.

NOIVA CADÁVER (mas não do tim burton:)


NINFAS DE FLORBELA ESPANCA


quarta-feira, 4 de junho de 2008

UM SER NO PASSADO

É estranho com quem por vezes soltamos a nossa eloquência. Só tinha dele uma primeira e distante impressão. No meu estúpido e persistente hábito de catalogar seres humanos, tinha arquivado a impressão de: criança imatura, com forte resistência ao crescimento, humor igualmente infantil e embaraçoso, porém admito, um certo grau de inteligência, mas com a tal faculdade mal direccionada. Minha reação: aguardar. Um encontro fortuito, e é inicializado o diálogo de aparências. O como vais? Como estás? No entanto, algo mudou, em ti ou em mim não importa, o que importa foi o prazer que retiramos da nossa conversa...falei, falei muito, fiquei leve como nunca. Não sei para onde falei em ti. Em mim, ouvi o ecoar das palavras no meu coração. Soube extremamente bem porque finalmente descongelei o orgão que eu pensei não possuir. Começei a sentir a sua batida, e ela é mesmo a base da vida.
Hoje foi um dia estranho, encontrei-me contigo sem espectativa alguma, e sem grande esforço de parte a parte, regressei a casa plena de auto-realização. Como te confessei sinto-me em harmonia neste meu retiro natural, mas não se evapora em mim a noção da falta do restante mundo de rebuliço que me rodeia a alguns quilometros de mim. Hoje entrei nesse caos fisicamente, mas mentalmente fiquei na margem, num balançar ligeiro mas seguro. Continuei calma a observar a tua urbanidade. Tão relaxada que em todo aquele instante passamos a estar debaixo da pele um do outro. Falei-te de mim e eu de ti. Conclui que não te conhecia, tu chegas-te á conclusão que ainda tinhas muito por conhecer.
Que nunca o cíume destrua o que o amor constroi. Não quero que surja uma única dúvida que seja. As pequenas diferenças devem ser compreendidas e apreciadas pela existência da divergência. É nessas nuances, que surgem os motivos para o fortalecimento da relação quando devidamente assimiladas e equilibradas. Adoro-te muito...É fácil te amar, mas será sempre assim? Tenho receio pela natureza das nossas personalidades. Somos como martelo e bigorna. Duros de cabeça, mas talvez contra todas as aparências, moles de coração.
Tudo me fala de ti, tudo converge para ti, como centro e plenitude total. Tu não forças, mas convidas. Dás-me a honra de optar, o gosto de ser eu a decidir.
Sabes porque não quero que nada de mal te aconteça? Porque quero que tenhas tudo de bom. Que nem um só centimetro do teu corpo seja ferido, que nem uma só vontade tua seja lesada. Aceita-me como o anjo que te guarda. E por amor a este ser que pouco de divino possui, não o faças padecer tormentos que só forças divinas suportariam. Deixa-me que te proteja, porque sempre me defendes-te. Não te firas, porque me estás a ferir. Onde sofreres eu estarei a sofrer em mil outros sitios. Que estejas sempre abraçado pela seda da paz e da alegria, e que as correntes do infortunio e do mal estejam precipitadas longe dos teus pés. tenho medo por ti, por seres senhor de muita coragem. Quem não teme é por vezes o alvo mais certeiro da dor. Receia, és humano... Mas só pelo teu corpo de carne, teu espírito á muito está guardado em outro corpo de carne, no meu coração.
Obrigado, porque te encontrei, no regresso dos meus desvios. Graças te dou porque acreditas-te em mim. Não te escandalizaram as minhas loucuras, nem tomas-te a sério as minhas reincidências.
De que serve possuir o corpo de alguém, reclamá-lo como sendo seu objecto de escravatura, se tudo o que se possa ter, nunca nos possa pertencer. Um espírito selvagem é uma das forças humanas mais resistentes, para o seu acompanhamento nas constantes e longiquas deambulações só outro espiríto igualmente liberto.
**texto já com alguns anos de gaveta**by eumesma

segunda-feira, 2 de junho de 2008

IMAGEM DE SI EM SI MESMA

Imcompreendida!
É assim que se sente a alma possuidora de um corpo com a garganta esmagada. Nela não entra nem sai ar, palpita de sangue, fervilha de sentimentos, borbulha de emoções. Há toda uma tumefacção de reacções que gritam unissono no desejo de criar palavras e toda uma fracção de reacções opostas que abafam para que haja silêncio. Os tremores habitam-te e percorrem-te sussurando junto das partes do teu cerebro que ainda não foram tomadas pela névoa do caos, que és fraca, que tens de desistir de ti. Eles não te vão permitir que digas uma só palavra, que artricules uma só frase inteligivel e que exista o risco de alertares a tua presença. Os tremores vão continuar, e mesmo quando os julgares vencidos estes permanecem ocultos entre as defesas das tuas trincheiras. Baralharão os teus guardas e estarás sempre cativa de um inimigo criado em ti mesma. Treme e volta a tremer, esperneia e sacode o que não compreendes. Apoia-te nas poucas certezas que tens, se o teu perigoso espiríto pragmático assim conseguiu dar-te como verdadeiras. Pois, verdade ou mentira o que pode ser? Um todo numa só parte? Parte de um todo? Ou um todo que se parte? Chora, continua a chorar nessa tua batalha dos "porquês". Haverá muita dor, mas se por entre a água e o sal do teu choro, sentires a planta dos teus pés. Se todo o teu sangue descer até eles como um formigueiro endemoniado por um torrão de açucar, estarás a sentir o solo debaixo de ti. E num jogo de permissas muito simples, dirás, pés, chão, chão, ausência de abismo. Podes estar a um passo, mas será ainda a medida de uma unidade que faz a separação do tudo e do nada. O teu mundo de sensibilidade está escondido de todos pelo medo que te gela. Onde e quando se transformou no teu escudo! Perdes-te na memória o espaço que guardava esse tempo e essa hora. Ou então ele cresceu de tão mansinho, com a espessura das suas raízes a se cravarem em ti de modo tão imperseptivel que agora és uma rede de nós de sensibilidade, ligados por um fio de receios e fechado por um escudo de desconfiança. Tudo se aprisionou em silhuetas de sonhos e de figuras que não podem ser descritas na língua dos homens, nem serem ilustradas em papel pelos seus punhos. Só te resta uma saída, iniciar a jornada dos sinónimos do que te molda. Encontrar viajantes em sentido contrário e nas encruzilhadas da vida que tens para diante, porque o que fica se fecha. Oras, anseias e suplicas para não encerrares tamanho castigo. Tudo ofereces e nada pedes, apenas queres deixar de sentir o peso da solidão. As etapas da tua jornada vão ser compostas pela procura do preço a pagar pela desejada compreensão.
A tarde tem também estado toda ela imcompreensivel. No céu há uma parada de cúmulos-nimbus que desfilam e se elevam cada vez mais. Vão inchando de vapor e de luz. Avolumando-se numa ameaça de tempestade, que por enquanto se camufla por de trás de um aspecto inocente como se de algodão se tratasse. O sol que brinca com elas, de tão distraido que está ora é cruel pelo excesso de calor, ora despreza a terra e a enregela. Oh, que tédio mortificador, não mais ter, do que os elementos para causar distração e despreza-los tanto, quando se oferecem em companhia tão próxima. A noção de uma existência tão frágil, pode ser tão facilmente esmagada por estes elementos, que se torna dificil defini-los como amigos, ou inimigos, quando companhia é um termo tão vago. Hoje estou cativa numa espécie de torre, cativa de designios que não posso dispensar, mas logo que chegue a hora em que estarei liberta deles terei eu alternativas de escape a esta prisão temporária que me é imposta!
Para onde quer ir este estúpido corpo desprovido de asas, que tanto anseia a sua metamorfose leptidoptera mas que continua a rastejar como a mais vulgar das larvas, que já alguma vez mais será borboleta. Observo novamente as horas no meu relógio. E quando constato que faltam menos de dois minutos para partir, só desejo ficar, porque enquanto estive, não tinha que pensar para além do que tinha em meu redor. Agora que me obrigam a partir, apato-me do que rejeitava, mas que não tinha coragem de largar. Sou mais cobarde que uma criança assustada em redor de sua mãe. Agarrada a algo invisível, que não me protege nem me guarda, mas constitui uma esperança sem rosto que me diz que estou aqui, ou não estarei?
- Ana! Ouvistes o que te disse? Que rosto contraido, em que pensas tu?
- Hummm... que disses-te?
- Em que pensas tu? Ao que parece estive mesmo a falar para o vazio.
- Desculpa, não, não estives-te, mas confesso que estava distraida.
- E posso saber em que pensavas?
- Algo confuso, julgo eu, é dificil de explicar, mas também não era nada em concreto, logo, parece-me que não seja importante. Esquece. Que dizias?
POR EUMESMA