segunda-feira, 12 de novembro de 2007

PROCURA


Não sei onde te encontrar, mas tenho uma certeza, sei que te procuro. Não sei porque te procuro, mas sei que te quero encontrar. Como já estou esgotada de pensar na tua existência em mim, resolvi, que me desses liberdade para ocupar a minha consciência com outras ideias, para além das de idealizar a tua pessoa. Num remoinho sináptico a minha mente foi sugada para um tempo não muito distante. Sonhei com aqueles dias em que subia a montanha para ouvir o Universo. Lembrei-me do que fazia e do que sentia. O subir daquela encosta íngreme até ao ponto da minha eleição. Uma grande laje redonda, rodeada por outras rochas, como se de um sinédrio se tratasse e com uma outra pedra no centro, assemelhando-se a um trono. Ficava ali em silêncio, em sinal de respeito, submissa, porque ali junto de mim, estavam entidades superiores á minha pessoa. Supremas a todos nós. Havia o Pai. O Sol, senhor de toda a paisagem avistável. Um reino ilimitado sem confins. De onde só ele lá do alto, no meio do seu próprio brilho conhecia os segredos. Terno e quente, mas que se ausentava para dar lugar á noite. A Terra (solo), escassa e dura, que exigia batalhas sucessivas à vegetação. Sempre a fugir das suas raízes, sempre a exigir – até ás plantas mais resistentes – que viviam sobre o fio da navalha. Entre a vida e a morte. Nas fendas de algumas rochas, alguns exemplares de briófitas lutavam por algumas gramas de poeira, que fizessem a diferença. A terra só era volúvel porque algo solúvel assim a obrigava.
Por Eumesma

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