quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

LÂMINA


Dava-te um abraço para te animar.
Mas os abraços conseguem ser tão externos.
Poderia ser como abraçar uma casca.
Gostava de estar lá dentro para me sentires.
O doce calor que exala o teu corpo é um engano para o meu peito gelado.
Aquece-me o abraço, mas a carne continua gelada e sem vida.
O espírito move-se e atormenta-se, gira e revolve-se nesta crisálida poeirenta.
Grita: deixa-me viver em ti.
Perfurar a tua alma como se de um punhal de prata se tratasse.
Tempera em ti o frio da lâmina que sou.
Por Eumesma

1 comentário:

gomejose disse...

Quem sabe se com um abraço, que à partida seria um acto superficial, se desplutasse em ambas as pessoas uma reacção química. Do exterior dos seus corpos para o interior das suas mentes, e todo o desamimo de uma se tornasse numa chama que aqueceria o corpo da outra...