quinta-feira, 4 de outubro de 2007

À PROCURA DA PERSONALIDADE


Houve um dia, houve um tempo, havia um jovem a amadurecer a sua seiva e que dizias: “- eu sou daqueles imbecis que sabe o que quer, mas não tem força de vontade. Sou um tipo que tem consciência dos seus erros, mas deixa-os passar, por se sentir impotente para os combater. No fundo sou um tipo tão complexo, que não se entende a si próprio.” Dias, meses, um ano passou e um dia pediste-me para fazer o teu retrato psicológico. Recuso-me, recuso-me. Até há bem pouco tempo admito que gostava imenso de escarafunchar as personalidades, mas acho que o instantâneo entre aspas atrás referido por tua boca, continua a servir-te como uma luva. Acho que sabes que eu te poderia ter dito muito mais, podia ter enchido este manuscrito de palavrões filosóficos, mas como dizes somos muito complexos. Logo, quem sou eu para dizer quem tu és! Posso é te dizer, não busques quem tu és. Tu esbarraste-as contigo próprio e então saberás de que és feito. Se é que isso já não te aconteceu. Eu saboreio esse embatimento. A que sabe? Amargo. Emaranhado de algo, que nem sabes do que é feito. Desculpa por não te ter dito, por não te dizer, porque talvez nunca te irei dizer, como és. Mas ensinaram-me, ainda há bem pouco tempo que é giro mas perigoso, brincar com as questões de personalidade. Tenho pena em não ter coragem para fazer agora análises psicológicas. Há muito medo em mim. Perdoa-me por ti, perdoa-me pelo mundo.
Por Eumesma

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