sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

"Uma Teoria de Felicidade"

Henrique Rojas, filósofo contemporâneo espanhol, autor do livro “Uma Teoria de Felicidade” (editado pela Tenacitas), assegura que a chave para atingir a felicidade, não no sentido de a “agarrar”, mas de a conquistar a par e passo implica duas condições fundamentais:1º desenvolver uma personalidade equilibrada e uma atitude mental positiva, no sentido de promover um verdadeiro encontro conosco próprios. Em 2º, ter um projecto de vida coerente, que nos projecte positivamente no futuro e funcione como um estímulo e uma esperança renovada no dia de amanhã…
…Sem saber quem somos verdadeiramente, não podemos escolher um caminho à medida da nossa personalidade, dos nossos sonhos e desejos. Esse conhecimento implica sermos capazes de nos olharmos com lucidez e coragem, avaliando as nossas qualidades e competências, mas também o nosso lado mais escuro, bloqueado, congelado, porventura não assumido, como os medos que nos fazem criticar, discriminar ou vingar. Conhecermo-nos, apesar dos limites inevitáveis, pois a natureza humana é imensamente complexa e profunda, ajuda-nos a gerir a dor e o sofrimento. Uma personalidade saudável conhece a imprevisibilidade do seu carácter e temperamento e tem um conhecimento cabal sobre si próprio, o que implica uma certa capacidade de poder prever as situações e evitar ou estabelecer uma estratégia adequada ao momento, segundo os recursos que possui. Por outro lado, também é importante desenvolver a capacidade de conhecer bem os outros. Para isso, é necessário aproximar-nos deles, mantendo uma espécie de distância crítica que nos permita afinar a intuição e a sabedoria sem julgamentos prévios nem expectativas negativas.
…Fundamental para o nosso equilíbrio pessoal, a flexibilidade é própria de uma inteligência prática que permite adaptarmo-nos a novas situações. E a verdade é que a vida nos trás muitas surpresas e reveses. Neste caso, o apego excessivo ao poder e aos bens materiais torna-nos perigosamente vulneráveis às crises inesperadas. Mas quando centramos a nossa felicidade em projectos e em convicções, resistimos melhor aos embates. Aprender com as experiências da vida, ter a capacidade de perceber e corrigir atitudes, de forma a não repetir erros do passado, é decisivo na evolução da nossa vida e uma prova de maturidade. Exige atenção e sabedoria para estar consciente dos sinais que nos são dados do exterior. Se a procura da felicidade é individual, na medida em que devemos ser totalmente responsáveis por nós e pela adequação que vamos desenvolvendo em relação às diferentes circunstâncias e obstáculos com que nos deparamos, também é certo que os outros têm um papel fundamental nesta aprendizagem. Da própria concepção de felicidade fazem parte as relações com os outros. Sozinhos não podemos ser felizes. Eles sejam filhos, irmãos, amigos ou companheiros de trabalho, são o nosso espelho, devolvem-nos a nossa imagem e ensinam-nos limites. As suas reacções levam-nos a repensar as nossas atitudes e a perceber o impacto que causam. Por outro lado, activam os nossos sentimentos, incentivam a partilha, a dádiva, o prazer da troca de afectos. Com os outros aprendemos a aceitar o que é bom e o que é mau. Seja nosso ou deles……Aconselho a desenvolver a sabedoria do coração.

1 comentário:

gomejose disse...

A "sabedoria do coração" nem sempre nos pode levar de encontro a uma teoria de felicidade como a de Henrique Rojas. Por exemplo, uma mulher que siga o seu coração e os seus instintos de mulher apaixona-se por um homem extremamente violento, ou um homem que siga o seu coração e os seus instintos masculinos e se apaixona por uma mulher psicopata. Será que estas pessoas seguidoras da sabedoria do coração seriam felizes? Acho que não. Na minha opinião a sabedoria do coração é uma teoria cega para determinadas coisas, por um lado pode ser bom que seja assim mas também pode ser mau.

Tavez a sabedoria do coração complentada com a sabedoria da razão seja o caminho ideal para a descoberta de uma teoria de felicidade...