quinta-feira, 12 de março de 2009

BALOIÇO


Uma vez mais a minha personalidade carente e prostrada de dúvidas sentimentais entrou em acção. Desta vez, num belo jardim primaveril, cheio de novos rebentos e um tapete de pétalas de camélias e magnólias cobrindo o chão. Enlaçei as minhas mãos, nas mãos do meu amante e perguntei-lhe:
- Quanto me amas?
Ele impeliu-me para diante, caminhamos silenciosamente, até que me indicou um banco, onde ambos nos sentamos lado a lado, ficando a observar todos os elementos daquele jardim em redor. Ao fim de algum tempo, disse-me:
- Em que medida queres o meu amor? Metros ou kilos?
Fiquei realmente incómoda e assustada, mas ele tinha um fundo de razão. Pois ele podia me amar 100 metros, 100 quilómetros ou para complicar mais, 100 milhas, ou então, 100 kilos ou 100 toneladaS. Todos esse valores podiam ser pouco ou ser muito mas eram de facto quantificáveis. Portanto, de que me interessava essa quantidade, se o amor agora já não parecia ter uma unidade de medida.
Ele percebendo o meu incomodo, mas ao mesmo tempo também a minha tristeza, ainda mais profunda, por eu própria me ter perdido, na pergunta que eu própria tinha feito. Compadeceu-se de mim. Desenlaçou a sua mão da minha (que eu não tinha percebido que ainda estava ali unida à minha) e apontou em frente para um dos baloiços.
- Vês ali aquele baloiço?
Acenei com a cabeça que sim. E ele continuou.
- Aquele baloiço é como o nosso amor. É como tratamos para que seja o nosso amor. Ambos temos pesos diferentes, e ele parecerá muitas vezes desequilibrado, mas quando isso acontecer, podemos procurar corrigir esse desequilíbrio. Cada um de nós pode pegar nesse momento num pedaço do nosso coração e coloca-lo na outra ponta. Junto do outro. E ai, o baloiço estará novamente equilibrado. Se mesmo assim, o equilíbrio, o problema de distribuição de peso causa dificuldades. Digo-te apenas.
PREVALECEMOS
NÃO NOS RENDEREMOS
CONTINUEMOS A PROCURAR A SOLUÇÃO.

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