quinta-feira, 8 de maio de 2008

O Aviador




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"É um homem! Deixou lá em baixo todo o fardo pesado e o vil com que o carregaram ao nascer; deixou lá em baixo todas as algemas, todos os férreos grilhões que o prendiam, toda a suprema maldição de ter nascido homem; deixou lá em baixo a sua sacola de pedinte, o seu bordão de judeu Errante, e, livre, indómito, sereno, na sua mísera couraça de pano azul, estendeu em cruz os braços que transformou em asas!"


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"Contrairam-se em garras e, no alto, crispadas sobre a presa, são elas que algemam, são elas que escravizam, que subjugam as asas cativas!"


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Máscaras do destino (Capítulo O Aviador), de Florbela Espanca.




2 comentários:

Anónimo disse...

Bonito desenho, em mais de ser eritora você es uma granda artista é.
Ze da frança

Anónimo disse...

Ser poeta é ser maior do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e Além dor!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de infinito!
É condensar o mundo num só grito!

Florbela Espanca!