terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

FLORES E BALAS


Quantas e quantas vezes estamos descontentes com a vida que temos, com aquilo que nos é dado. Não pode haver queixas se formos desprovidos de toda a vontade de conquista. Quantos de nós neste mundo podemos dizer que podemos apanhar flores em vez de balas, ler jornais e não transportar missivas de guerra. Se chove ficamos melancólicos, mas antes água que dá de beber á terra do que cinza e fogo que a asfixia e consome. Temos uma dor de cabeça e julgamos que é o fim do mundo e quantos não caminham sobre ele sem pernas e sem braços para o amarrar. Quando a casa está suja e desarrumada é uma chatice, mas muitos não sabem o que são telhas e só conhecem o pó como cama. Tantas coisas verdes no prato e alguns já não sabem o que é o prazer de engolir algo. Quantos de nós procuram odiar e em outros já não há lágrimas, já só procuram algum calor. Se não és feliz, podes ser apenas um pobre cego. Desprovido da beleza do dom da vida, ofuscado por ganâncias e invejas. Todos somos felizes se quisermos que os que estão ao nosso lado sejam felizes. Se hoje se sentir triste por aquilo que não tem, pense se já deu algo a alguém hoje.


Por Eumesma

2 comentários:

Anónimo disse...

É pura verdade por vezes queixamos-nos por tudo e por nada... é incrível eu acho que no dia a dia não haverá ninguem que não se queixe, nem que seja da mínima coisa....
Eu própria me queixo por vezes de coisas sem importância, amuo pela mínima coisa, e as vezes penso: maria não sei porque tanto te queixas, não tens uma vida fácil mas sabes bem que há pessoas muito piores do que tu. Aproveitar o que temos e sermos felizes com as mínimas coisas e tentar fazer felizes os que nos rodeiam é um bom lema de vida :)
Gostei muito do desenho ;) Beijinho*
Maria

gomejose disse...

Quando li o título "Flores e Balas" veio-me logo à memória a Revolução do 25 de Abril. A única revolução onde as balas foram substítuidas por flores. Aparentemente as comparações resumir-se-iam apenas ao título mas gostaria de ir mais além. Podemos considerar que uma revolução resulta sempre dum descontentamento dotado duma vontade de conquista. Neste caso estava em causa a conquista da liberdade, nas suas mais variadas vertentes. Trinta e quatro anos passados talvez seja necessário voltar a fazer uma revolução, novamente com flores, apenas para libertar a mentalidade daqueles que se deixaram capturar pela ideia de que o contentamento e a realização pessoal só é alcansável com grandes feitos. E não com a valorização das coisas mais triviais da vida...