Quem mesmo não conhece a minha biografia, percebe após uma pequena observação, sobre estas minhas páginas, que estou de algum modo ligada à terra. É bem verdade que muitas das vezes reconheço nas plantas, mais caracteristicas humanas do que nos animais. Uma das coisas que aprendi, foi que as plantas não ficaram miseravelmente dependentes de uma única forma de se propagarem. Fracções de espécies vegetais reproduzem-se sexualmente, tal e qual, como os humanos (salvo seja). Um parceiro e uma parceira, gâmetas e mais um arsenal de órgãos, e não faltam mesmo os terceiros bonzinhos das relações, aqueles amigos que dão o empurrãozinho polinizador. Mas esta fusão de seres é demasiado bela para o que eu quero de facto falar. Quero colocar de lado o estratagema da flor e a compensação do fruto. Quero falar de outros tipos de propagação vegetativa.
Quero falar das plantas que se multiplicam por enxertia. Esta união é feita recorrendo a duas peças. O porta-enxertos e obviamente o seu respectivo enxerto. O porta-enxertos é o elemento base, aquele que vai suportar as durezas da relação. Vai procurar no solo alimento, mesmo que ele escaceie e dá-o ao seu enxerto. Vai ser ele que vai aguentar a sede e a doença. A sua faceta tosca mas robusta vai se unir à delicadeza do belo, do desejado enxerto. Este vai crescer vigoroso e perfumado e dar muitos frutos. Vai captar luz e produzir oxigénio, resplandecer para poder ser o orgulho do seu portador.
Quero falar também das plantas que se multiplicam por estaca. Mesmo quando parece que estão condenadas a morrer. Definhando e secando quando apartadas da planta-mãe a estaca enterra-se no solo e tenta se manter viva. Aguarda e o tempo foi seu amigo. Proveu a terra de humidade e a terra começou a alimentar a órfã. De seu caule nu começa a abrolhar a esperança. Pequenas raízes vão ganhando confiança e aquela porção que vivia amarrada a algo maior e que não precisava de viver por si, nem se compreender, ganha agora vida, ganha agora individualidade. Passa a ser o princípio de futuros pedaços que se vão também desprender para colonizar novas visões e lugares no mundo.
Quero falar na multiplicação por mergolhia. Aqui existe um ser que já é consciente de si, mas insatisfeito da sua dimensão estica os seus braços, alonga-se para procurar mais respostas. Os seus braços ficam pesados e cansados, deixando-se cair sobre a terra. Esta acolhe-os no seu seio. Envolve-os e faz brotar neles novas respostas, novos seres que vão acumulando saber até ao dia em que vão descobrir que o lugar onde estão plantados não é o suficiente e terão de dar mais um passo, originar mais uma descendência. Hoje vejo-vos (Humanos) como videiras, limoeiros, salgueiros, morangueiros.
Quero falar das plantas que se multiplicam por enxertia. Esta união é feita recorrendo a duas peças. O porta-enxertos e obviamente o seu respectivo enxerto. O porta-enxertos é o elemento base, aquele que vai suportar as durezas da relação. Vai procurar no solo alimento, mesmo que ele escaceie e dá-o ao seu enxerto. Vai ser ele que vai aguentar a sede e a doença. A sua faceta tosca mas robusta vai se unir à delicadeza do belo, do desejado enxerto. Este vai crescer vigoroso e perfumado e dar muitos frutos. Vai captar luz e produzir oxigénio, resplandecer para poder ser o orgulho do seu portador.
Quero falar também das plantas que se multiplicam por estaca. Mesmo quando parece que estão condenadas a morrer. Definhando e secando quando apartadas da planta-mãe a estaca enterra-se no solo e tenta se manter viva. Aguarda e o tempo foi seu amigo. Proveu a terra de humidade e a terra começou a alimentar a órfã. De seu caule nu começa a abrolhar a esperança. Pequenas raízes vão ganhando confiança e aquela porção que vivia amarrada a algo maior e que não precisava de viver por si, nem se compreender, ganha agora vida, ganha agora individualidade. Passa a ser o princípio de futuros pedaços que se vão também desprender para colonizar novas visões e lugares no mundo.
Quero falar na multiplicação por mergolhia. Aqui existe um ser que já é consciente de si, mas insatisfeito da sua dimensão estica os seus braços, alonga-se para procurar mais respostas. Os seus braços ficam pesados e cansados, deixando-se cair sobre a terra. Esta acolhe-os no seu seio. Envolve-os e faz brotar neles novas respostas, novos seres que vão acumulando saber até ao dia em que vão descobrir que o lugar onde estão plantados não é o suficiente e terão de dar mais um passo, originar mais uma descendência. Hoje vejo-vos (Humanos) como videiras, limoeiros, salgueiros, morangueiros.
1 comentário:
Olá! Achei teu blog por coincidencia e acabei lendo esse texto super romantizado sobre propagação vegetativa e adorei!!! parabéns!!
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