quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

A PASSAGEM

Fim de um ano, fim de um ciclo, fim de uma sucessão de minutos e espaços, sensações e olhares. O termino de algumas dezenas de dias, que passam iguais em tempo e em estações, mas que em ti, deixam a marca da maturação. Não resistes, Avanças. Se recuas, é porque te aniquilas a ti próprio.
Que tenho eu quando olho para trás, que tenho eu fragilmente que agradecer. Que dons, que dádivas me foram proporcionadas que compuseram o corpo e a alma do ano que termina.

Deixo aqui pequenos apontamentos do que em determinados momentos da "estória" deste ano foi levada a meditar:

A cor do meu ano!
Alguém me disse, que tinha uma sombra negra sobre a cabeça. Que sempre, que engrenava certos pensamentos a minha aura se escurecia. E os elementos em meu redor eram como que seleccionados directamente de uma paleta de escuridão. Porquê? Porque escolhes corvos, dias cinzentos, sangue e vísceras, trevas e olhares gelados...Não sei! Creio que faz parte, como que, a contrastar com um mundo de luz. Sem o preto como podemos saber o que é branco. Sem o preto...como podemos chegar aos cinzentos...Foi um ano que mais uma vez utilizei o negro e as suas irmãs cores em escuridão, mas aprendi a não ter medo dessa escuridão. Aprendi que podem apenas ser a parte escura da sombra de uma árvore ao sol, num dia fresco de Primavera. Que pode ser os contornos de um corpo a passear na praia, que pode ser o rasto de um animal...milhares de coisas que precisam de um q.b de escuridão para manifestar as suas mil cores, em todo o seu esplendor. Por isso a minha cor este ano foi o cinza brilhante, o cinza que cintila, o cinza que reflete, o cinza que embleza, o cinza que faz renascer tudo de si próprio.

O sentimento do meu ano!
Que aprendi eu mais no meu interior. Que a saúde mental e fisica é realmente o pilar de toda a segurança, de toda a confiança, de todos os exitos. Mas abaixo desta dádiva que nem sempre se mantem pura e que na nossa fragilidade humana, nos atinge com enfermidades, está um outro sentimento que deve habitar em nós, e se formos possuidores dele, metade das nossas dores serão superadas. Esse sentimento, é simples, esse sentimento não pede nada em troca. É despido de qualquer complexidade e força. Esse sentimento é a PAZ. O dom da paz. Tudo o que reveste a paz é doce e contagia de tranquilidade e ternura. O quanto estão errados aqueles que julgam a guerra e as guerrilhas, os odios e invejas como armas de arremesso. São apenas bomerangues envenenados. A PAZ será sempre a arma mais desarmante que o ser humano vai encontrar. O que nem sempre se tem é um olhar sereno, sem córneas ejectadas de sangue que lhes permita ver esta pura verdade. Eu vivi a PAZ neste ano e fui feliz. Seguirei a PAZ, até onde as minhas fraquezas me conseguirem deixar segui-la, porque sei que ela me fortalecerá.

O gesto do meu ano!
Quando muitos cientistas chegam à conclusão que o Homem é um ser fantástico, por muitas coisas, entre elas o facto de se deslocar de forma bipede, de ter um dedo oponivel..etc...estes factos não podem ser só encarados como melhorias evolutivas, que nos ajudaram a fugir de predadores ou a elaborar objectos, mas também por facilitarem a nossa comunicação. Que outra espécie consegue perceber o significado de um abraço. De muitos outros actos de afecto: como sorrisos, beijos, carinhos, sussurros, escolhi o abraço. Quero abraçar e deixo que me abraçem todos os meus amigos, todas as pessoas de bem que vem por bem. Um abraço é um apoio, é uma ligação. É o elo que me liga orgulhosamente a outros seres humanos fantásticos. É estar em redor de outro, fora dele, mas tão com ele, que nada mais na Natureza nos possa separar...

Pela hora avançada da noite, deixo incompletas as minhas palavras...porque queria aqui transcrever todas aquelas que bailam num ecoar, em meus pensamentos. Mas por hoje deixo a noite me vencer, os sonhos me tomarem. Quem sabe talvez, para me revelarem o que sonho para o Novo Ano, que está prestes a chegar, se conscientemente, não sei que mais desejar. A grande conclusão que tiro, é que estou feliz. Não importa com o quê, porquê e como. Estou feliz e isso basta.

O minha frase para o novo ano!
Uma frase que adoro de autor desconhecido - "Tudo isso que te preocupa de momentos é mais ou menos importante, o importante é que sejas feliz."

1 comentário:

Ruben disse...

E tu foste "a minha recuperação" do ano :) Parabéns... Desejo-te mesmo do fundo do meu coração um Bom ano 2009!